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Demolição de Edifícios: Um ‘fardo’ ‘pesado’ para o Executivo sem soluções de realojamento à vista

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Boa parte dos edifícios das cidades angolanas tem mais de 50 anos e, ao longo deste período, não terão beneficiado de obras de manutenção e reabilitação, aumentando a cifra para mais de 500 prédios em estado iminente de degradação em todo País. O processo de realojamento tem sido uma dor de cabeça, lembrando que, até hoje, ainda existem famílias no Zango por realojar, atirados à sua sorte desde 2010.

O prédio “Treme-Treme”, na capital angolana, terá sido um dos primeiros a apresentar sinais de ruir em 2010, mas os seus 205 moradores só foram realojados em meados de 2013, na Centralidade do Cazenga e 44, no Icolo e Bengo.

Para uma intervenção urgente, já estão selecionados 100 edifícios que representam perigo iminente, dos quais nove têm financiamento para a sua demolição, revelou o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto dos Santos, durante o Conselho Consultivo do sector, decorrido esta semana, em Luanda.

Para a materialização dos trabalhos de verificação e avaliação técnica dos 100 imóveis deteriorados no País, foi desembolsado um total de 207.5 milhões Kz para contracto de prestação de serviços.
O desabamento do edifício 76-78 da Avenida Comandante Valódia, em Luanda, na madrugada de sábado, 25 de Março de 2023, bem como o tremor registado no prédio do Lote 1 do Prenda, terão impulsionado a medida do Presidente da República, que visa aferir o estado dos edifícios no País.
Especialistas chamam atenção para o mau uso das infra-estruturas, o envelhecimento acelerado dos edifícios, a falta de manutenção e o excesso de cargas, estimulam a degradação que pode contribuir para a sua queda repentina.

O engenheiro civil António Cambundo defendeu à imprensa que as infiltrações afectam as estruturas e fazem que as armaduras fiquem corroídas, deixando de atender às funções para as quais foram construídas.

“Quando o solo da fundação perde as capacidades de resistência, produz recalque nas estruturas e assentamentos diferenciados. Isso por si só causa cisalhamento, cria fissuras”, esclarece.
 Outro factor que não deve ser descurado do ponto de vista técnico é a drenagem, uma patologia muito comum, muitas vezes, diagnosticada nos edifícios construídos no período colonial.

Segundo o especialista, o betão que é utilizado depende da classe de exposição, e o do edifício 76-78 da Avenida Comandante Valódia já apresentava algumas fissuras nos elementos estruturais.

Fonte: Novo Jornal

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