O mercado imobiliário de Hong Kong teve a fama de ser, durante muito tempo, um dos menos acessíveis do mundo. No entanto, está a atravessar um momento de desaceleração e período de maior turbulência: promotores de casas de luxo estão baixar os preços desesperadamente, ao mesmo tempo que se veem muitas lojas premium fechar.
Segundo a Bloomberg, o segmento residencial de luxo está saturado, embora não parem de chegar novos empreendimentos ao mercado. Mas o frenesim que empurrou os preços dos ativos de Hong Kong para níveis estratosféricos em 2021 desapareceu – e poucos esperam que a trajetória se inverta.
Nos últimos três anos, a desaceleração de mercado motivou vendas com grandes descontos. E agora os promotores de novas casas têm que lidar com a concorrência de magnatas em dificuldades. Famílias ricas que hipotecaram propriedades estão a ser forçadas a liquidá-las para atender aos credores. Em maio, uma casa confiscada do presidente do China Evergrande Group – que até recentemente era uma das pessoas mais ricas do mundo – foi vendida por 47% menos do que seu valor estimado. Também a família do investidor imobiliário local Ho Shung Pun vendeu quatro mansões no bairro Peak em julho por 1.100 milhões, cerca de metade do preço.
A realidade é que há muitas razões para o colapso dos preços das casas de luxo em Hong Kong, nomeadamente as taxas de juro vinculadas à política monetária dos EUA, que permanecem elevadas, e o facto da economia chinesa ter enfraquecido. A isso acresce a repressão política e corporativa do presidente Xi Jinping, que travou muitos compradores em potencial e tornou as compras de casas de luxo menos atraentes.
Este ambiente significa que os promotores imobiliários enfrentam uma batalha incerta quando se trata de novos lançamentos de projetos e recuperação do capital.
Os promotores estão a acelerar as vendas para gerar liquidez e alcançarem algum valor. Segundo a publicação. um grupo de empresas imobiliárias reduziu os preços de alguns apartamentos na conturbada área de Kai Tak, em Kowloon, em quase 40%. No entanto, a “enxurrada” de novas propriedades não deve diminuir tão cedo, o que significa que a pressão para reduzir os preços e aumentar as vendas persistirá.
Fonte: Idealista News
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