A Alienação Fiduciária, em comparação com o diploma da hipoteca é que, quando há um incumprimento das prestações, não é preciso recurso a tribunal para terminar o contrato.
Após um número de prestações não pagas, conforme o que a lei estipular, o credor irá notificar o vendedor que terá 30 dias para provar que pagou, renegociar ou pagar.
Caso nenhuma dessas situações venha a ocorrer, o credor notifica o conservador predial e o imóvel passa para sua esfera.
O credor, por sua vez, precisa promover o leilão do imóvel, em 15 dias.
O primeiro leilão é pelo valor do imóvel e caso não haja arrematação, o segundo leilão é pelo valor da dívida.
Normalmente, no segundo leilão o imóvel é sempre arrematado.
Uma vez apurado o valor do leilão, o valor da dívida é entregue ao credor e a diferença é entregue ao ex mutuário.
Esse por sua vez tem 30 dias para desocupar o imóvel. Caso não o faça, será desocupado de forma coercitiva.
A diferença jurídica entre a hipoteca e a alienação fiduciária é que no primeiro o imóvel está na esfera do devedor e no segundo o imóvel fica na esfera do credor.
Essa facilidade na resolução do incumprimento cria uma sinergia financeira no mercado imobiliário, onde quem financia os imóveis está sempre capitalizado (bancos, financeiras e promotores imobiliários).
Praticamente deixa de existir o crédito mal parado.
Paralelo a esse diploma surgem instrumentos financeiros como o CRI – Certificado de recebíveis imobiliários, onde financeira e seguradoras emitem papéis lastreados em operações imobiliárias, para fazer captação de receitas e assim financiar a construção de empreendimentos imobiliários.
Esse diploma pode ser usado também para as empresas realizarem capital de giro junto aos bancos ou a privados, dando como garantia um imóvel.
Por fim, assim que aprovado, veremos paulatinamente o surgimento de cooperativas habitacionais, pois essas terão agora a proteção de quem receber a casa e parar de pagar, ser executado e assim a cooperativa vai se capitalizar novamente.
Esse diploma no futuro, com certeza despertará a curiosidade de outros países africanos, devido ao crescimento que ocasionará na economia de Angola.
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