O aumento acentuado dos preços dos materiais essenciais para a construção de uma residência em Angola, está a comprometer o acesso à habitação, especialmente para famílias de classe baixa e média e jovens que sonham com a casa própria, soube o NIA.
Em províncias como Luanda, Benguela, Huíla e Moxico, os preços do cimento, ferro, areia e mosaicos dispararam consideravelmente, tornando o ato de construir não apenas um desafio económico, mas também social, conforme também foi apurado pelo Jornal Expansão, um dos principais semanários económicos do país.
Dados recentes do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), apontam que o saco de cimento de 50kg está a ser comercializado entre 7.300 e 7.500 kwanzas, enquanto o varão de ferro ultrapassa os 12.500 kwanzas.
Já uma caixa de mosaico pode chegar aos 12.500 kwanzas, dependendo da marca. Outros materiais como chapas de zinco, brita, blocos e tinta também registaram aumentos significativos. A carrada de areia, por exemplo, passou de 71 mil para 82 mil kwanzas, e a de pedra de 62 mil para 82 mil kwanzas, apenas no último trimestre.
Cidadãos ouvidos pelo NIA, mostraram-se preocupados com este aumento dos preços dos materiais de construção, pelo que apela as autoridades a intervirem, de uma vez que muitos destes materiais são de origem nacional. “Não entendo como o cimento, a tinta e chapas produzidas localmente esteja sempre a subir de preço”, desabafou um dos cidadãos.
Desta feita, para famílias com rendimentos médios, construir uma casa deixou de ser uma meta fácil de conseguir. Para Jovens recém-casados, por exemplo, continuar a viver em casas arrendadas sem previsão de iniciar a construção da casa própria, ou comprar, tornou-se a solução.
Por sua vez, especialistas ouvidos pelo NIA, defendem que o Executivo deva rever urgentemente as políticas públicas ligadas à produção e comercialização de materiais de construção.
A proposta inclui incentivos fiscais para fábricas locais, redução de monopólios, apoio à autoconstrução dirigida e criação de mecanismos de controlo de preços. Sem essas medidas, o setor da construção civil corre o risco de estagnar, e o sonho da casa própria continuará a ser apenas isso um sonho.
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