O preço dos arrendamentos nos principais bairros informais de Luanda tem registado uma escalada nos últimos meses, pressionado pelo aumento do custo da cesta básica. Muitas famílias angolanas que possuem imóveis antigos, ou mesmo precários, colocados em arrendamento, decidiram subir os preços alegando que o valor recebido já não cobre as despesas com alimentação e sustento familiar.
Em bairros como o Jumbo, por exemplo, uma casa de um quarto e sala que custava 15 mil kwanzas passou para 25 mil kwanzas. Outras que antes eram arrendadas a 25 mil estão agora a ser negociadas a 30 mil kwanzas.
No Cazenga, em zonas como a Comissão, o cenário repete-se, com famílias a ajustarem os preços dos arrendamentos para tentar compensar a escalada dos bens alimentares.
Já em Viana, no município dos Mulenvos, um quarto que até há pouco tempo custava sete mil kwanzas subiu para 10 mil kwanzas. Noutras áreas da cidade, como o Cassequel, um quarto junto à estrada chega agora a custar 35 mil kwanzas.
Ouvidos pelo Notícias do Imobiliário Angolano (NIA), muitos populares mostraram-se tristes e preocupados com a situação. “Com este aumento, já não temos como garantir uma renda digna e, ao mesmo tempo, alimentar a família. Os preços da comida estão a apertar cada vez mais”, desabafou uma moradora do Cazenga.
A insatisfação é generalizada, com muitos cidadãos a apontarem responsabilidades “a quem de direito”, exigindo medidas urgentes para travar tanto a subida do custo de vida quanto a especulação nos preços das rendas.
Economistas lembram que o mercado de arrendamento informal, sobretudo nos bairros periféricos, acaba por refletir diretamente a pressão inflacionária sobre a cesta básica, tornando ainda mais difícil a vida das famílias de baixos rendimentos.
Enquanto isso, milhares de inquilinos em Luanda vivem entre a angústia de pagar mais caro pela habitação e a incerteza de conseguir garantir uma alimentação completa à mesa.
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