A venda de 29,75% do capital do Banco do Fomento de Angola (BFA) deverá encaixar 200 milhões de euros na economia do país, através de uma Oferta Pública Inicial (IPO). Caso consiga arrecadar este valor, o banco angolano é avaliado em 672 milhões de euros, soube o NIA, do Jornal Português, Negócios.
“Será a maior operação que vai acontecer desde o início do programa [de privatização] em bolsa”, disse Álvaro Fernão, presidente do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) em Lisboa.
O presidente do IGAPE adiantou ainda que o BFA vai avançar com a colocação de 15% em bolsa, enquanto o BPI segue com os 14,75% restantes. “A operação deverá ocorrer no fim de junho e início de julho”, assegurou o responsável.
Álvaro Fernão lembrou ainda que o IPO está aberto a “investidores não residentes” e “contamos que essa operação será um sucesso”.
Já o CEO do BFA Capital Markets, Odair Costa, disse na mesma conferência que este é “um ativo extremamente interessante”. “Estamos a falar do segundo maior banco em termos de ativos de Angola e um banco que, consistentemente, tem retornos muito elevados”, assegurou, lembrando que apresentou o seu maior lucro líquido no ano passado.
O CEO adiantou que da percentagem a ser alienada pelo Estado angolano, “1% será reservado para os trabalhadores”, com o mesmo a acontecer do lado do BPI.
Angola lançou o programa de privatizações em 2023 e vai estendê-lo até 2026. Atualmente, o Estado angolano detém, ainda que de forma indireta, 51,9% das ações do BFA através da Unitel, enquanto o restante capital pertence ao português BPI.
De acordo com informações recolhidas pelo Negócios, existem dois potenciais candidatos a este IPO. O fundo londrino Gemcorp e o grupo Silvestre Tulumba são dois dos interessados nesta operação, que arranca já no fim deste mês.
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