ALBERTO DOMINGOS
Construída numa zona de mais de 40 mil metros quadrados, adjacente a bairros periféricos, mas com fácil acesso para o Centro da Cidade de Luanda, e outras zonas importantes, que para o sector imobiliário constituem “vantagens comerciais” para se determinar o preço de um imóvel, mas a verdade é que mesmo com todas estas potencialidades, a Tourada encontra-se abandonada à sua sorte.
Este empreendimento, sob tutela do Ministério da Cultura de Angola, foi inaugurado a 01 de Março de 1964, e que já albergou vários eventos culturais e outras actividades recreativas, é hoje local para prostituição, venda de bebidas alcoólicas, lavagem de viaturas e outras actividades menos abonatórias.
Para manter o local, alguns empreendimentos funcionam no edifício, como hospedarias, restaurantes, empresas de segurança, e uma associação cultural.
Mas, como é sabido, para o segmento imobiliário este espaço, quer pela localização estratégica, quer pelo simbolismo histórico que carrega, constitui por si só um negócio imobiliário milionário, conforme esclarece um dos peritos avaliadores de imóveis contactado pelo Notícias do Imobiliário Angolano, (NIA).
Para aquele técnico, cuja especialidade é determinar o valor venal de um bem imóvel, a Tourada cumpre, apesar de degradada, com os padrões da avaliação para ser um empreendimento de classe média alta.
Isto, segundo o especialista que preferiu o anonimato, acontece porque a avaliação imobiliária baseia-se na localização do empreendimento, infra estruturas adjacentes e a proximidade aos serviços sociais, sem contar a grande superfície de terreno que ocupa.
Uma boa requalificação da Tourada, por exemplo, poderia dar lugar a Centros Comerciais de Grande porte, salvaguardando o aspecto cultural, disse..
Se for levada a ideia da demolição parcial para a requalificação, uma parte da Tourada, por exemplo, pode dar lugar a condomínios residenciais de médio e alto padrão, com preços controlados, afirmou.
O Notícias do Imobiliário Angolano sabe que há precisamente sete anos, isso em 2017, o secretário de Estado da Cultura para as Indústrias Culturais, naquela época João Constantino, ter afirmado, em entrevista à Angop, que foi realizado um estudo de viabilidade para se determinar a via a seguir em relação a recuperação da infra-estrutura, sem, no entanto, avançar datas tendo em conta a situação financeira do país.
O plano, de acordo com o secretário de Estado, passaria pela reconversão da infra-estrutura, tornando-a funcional para as actividades culturais, visto que a sua edificação não era destinada para o efeito.
João Constantino avançou também na altura que, seja qual fosse o caminho a seguir em termos de recuperação, só deveria ser feito no âmbito do Plano Directório de Luanda.
Mas a verdade é que já passaram vários anos e o empreendimento continua a degradar-se.
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