Sábado , 28 Setembro 2024
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O PERIGO DAS MÁS CONTRUÇÕES EM ANGOLA E O SEU IMPACTO NO AUMENTO DAS ÁGUAS PARADAS E DOENÇAS ÀS POPULAÇÕES

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No meu olhar, e do ponto de vista da Engenharia Ambiental, desde as estradas até às moradias, o nosso modelo de construção tem errado em muitos aspectos, e este é um facto que vezes sem conta tenho estado e de formas reiteirada a apelar.

As valas de drenagem por exemplo, deveriam ser qualificadas e canalizadas para permitir o escoamento e depois o processamento das águas paradas.

Por isso, reprovo as construções feitas em Angola, por aquilo que já vi em outros países, do ponto de vista da preservação do ambiente.

E a melhoria desta situação deve ser feita com urgência. Olhando para esta situação, o que me inquieta é a falta de urbanização definida. Reparando alguns municípios da província de Luanda, nesse caso, Cazenga, Sambizanga, Cacuaco a situação é péssima. Não há um sistema urbanizado, pra já, digo que as estradas só foram feitas brutamente para os carros passarem. Não há interligação da estrada com esgoto.

Por falta de um destino próprio, segundo os parâmetros ambientais, após feita a limpeza da tubulação de um esgoto, essas águas deviam ser levadas para estação de tratamento de águas residuais para o reaproveitamento doméstico.

Porque estas águas passam a estar contaminadas . Mas, estando elas paradas, podem provocar doenças ao ser humano pois, há uma mistura de resíduos sólidos, resíduos líquidos que juntam-se a essas águas paradas até porque nós não temos um processo reciclado dos resíduos.

Dizer que, a malária e o paludismo que são constantes em Angola, é devido muitas vezes ao excesso de águas paradas assim como outras doenças. Além de doenças causadas que já é um grave problema regional, quando chove, por exemplo, casas caem, por falta de urbanização. Continuaremos a ver águas paradas, lamas, doenças, as pessoas que têm suas casas e veículos, perderão como consequência.

Antes porém, deve se organizar as ruas, ter drenagem para evacuação das águas e evitar que essas fiquem paradas. Falo considerando os dados da legislação ambiental.

Precisamos sim de criar uma urbanização de vivenda, colocar as pessoas num abrigo de um sistema urbanizado e fazer a interligação de vales de engrenagem em conjunto com as casas e outros elementos que encontram-se interligados dentro do sistema urbano.

E por outra, não é só melhorar, temos que aplicar legislações ambientais que vão definir esses parâmetros. É preciso que se tenha atenção de que, nenhum trabalho de engenharia, pode ser executado sem a aprovação da legislação normativa que vai padronizar e qualificar aquilo que são os trabalhos de construção. Focando na parte da qualidade, segurança e ambiente, precisamos de obras com qualidade para garantir segurança e preservação do meio ambiente.

Destacar que a urbanização é o elemento essencial e fundamental para minimização dessa dada problemática.

Precisamos colocar em mente um factor bastante importante. Me refiro a qualidade de vida, ter saúde e segurança, assim sendo, a preservação de meio ambiente.

Contudo, finalizando com a minha opinião, toda construção que deverá ser feita em Angola, é essencial que se façam presentes- engenheiros civis, topógrafo, engenheiro ambiental e engenheiros que estudaram sobre a urbanização. Todos em conjunto, para fazerem a intervenção de qualquer obra de construção. Pois, esses especialistas, fazem estudo de viabilidade e do campo e só assim se avança com outras execuções.

É incrível saber que alguns desses especialistas não participam activamente em obras feitas no país. Enquanto não haver sistema de urbanização ou construções de qualidade que garantam saúde, segurança e evite as inundações, o desenvolvimento deste país será difícil de se compreender.

Garcia Fiti, Engenheiro Químico e Ambiental.

1 Comment

  • É de vital importância tal como frisou prezado Garcia no que tange a união de saberes de diferentes engenheiros para que algumas situações actuais péssimas que afectam o país de maneira drástica possam ver uma luz verde. Sendo assim é da inteira responsabilidade do governo, do ministério do urbanismo e não só trazer atona essas valências para que o futuro sorria.

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