Viver em casa de renda em luanda é a realidade de muitos jovens em Angola que ainda lutam com o sonho da casa própria. Fora a ‘luta’ para pagar o arrendamento, actualmente, os citadinos esbaram-se com a exigência de pagar uma comissão ‘choruda’ aos intermediários.
*Por Daniel Kinanga
Se há alguns anos arrendar uma residência era um processo rápido e fácil, hoje, o fenómeno tornou-se um ‘martírio’ para os inquilinos, constatou a equipa do Notícias do Imobiliário Angolano (NIA)
A reportagem do NIA observou que, a vida na cidade de Luanda sem a casa própria tem sido cada vez mais difícil em função dos custos das residências e as elevadas comissões exigidas pelos intermediários das moradias. Aliás, actualmente, o arrendamento de uma residência é quase impossível sem recorrer aos serviços prestados pelos ‘mixeiros’, pois o método tradicional de afixação de panfletos nas paredes vai desaparecendo e os poucos que existem são rasgados.
Reunidos em placas, os ‘mixeiros’, tratados por novos donos das casas, são exigentes e implacáveis com os solicitantes de moradias. O primeiro passo do negócio, como observou a equipa do NIA, é a obrigatoriedade de pagar os ‘sagrados’ 2 mil kwanzas da taxa de deslocação. De seguida, os ‘mixeiros’ apreciam à lupa a negociação entre o proprietário da residência e o potencial inquilino, com objectivo de amealhar o montante equivalente a um mês da renda.
O facto acontece com maior frequência nos nossos bairros de Luanda, sobretudo em zonas com fácil acesso ao centro de cidade e com elevado nível de segurança pública, pois ão os locais de enorme procura.
Por exemplo, se o cliente quiser pagar seis meses numa residência de 50 mil kwanzas, deverá desembolsar 350 mil Kz, sendo 300 mil Kz para o senhorio e 50 mil Kz para o intermediário.
Quem sentiu os bolsos a ‘rasgarem’ foi o cidadão João André de Carlotas. Morador do bairro Palanca, João André de Carlotas que foi obrigado a ‘largar’ 245 mil Kz para poder ter uma casa da tipologia T-2, entregando 210 mil Kz ao dono da moradia e 35 mil kz ao mixeiro.
“No meu ponto de vista eu penso que a situação está a passar dos limites. Vivo numa casa arrendada e aquando do meu arrendamento não poderia concluir o arrendamento sem que antes pagasse a comissão ao intermediário. Acho isso ser muito injusto”, desabafou o funcionário público de 35 anos.
De acordo com alguns especialistas ouvidos pelo NIA, é necessário o Governo colocar ordem, começando a punir os infractores.
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